domingo, 2 de maio de 2010

THINK THANK


Vila Nova de Paiva foi palco de uma iniciativa louvável . O Think 2010! Uma iniciativa que nasceu do cerne de Vila Nova e usando alguns dos espaços edílicos das terras do Demo. De dentro para fora, como há muito defendo. Existem pessoas em Vila Nova com capacidade para desenvolverem projectos com impacto nacional em cujos pares se revejam. Estive na sexta-feira passada no parque botânico Arbutus do Demo a assistir a um workshop de Estética fotográfica com sala cheia. Fez-me lembrar os tempos em que desenhei o projecto efectivamente para este tipo de iniciativas em que as formações científicas, culturais ou apenas lúdicas têm neste palco um local de eleição, pena é que os políticos não acreditem. Ouviram-se comentários de que este espaco devia estar era em Lisboa. Parece que não chegam as pontes e os TGVs. Este é um espaco que faz sentido e em Vila Nova e noutras Vila Novas de Baixa densidade mas, este em particular defendo há muito que possa ser um centro ciência viva vocacionado para a biodiversidade botânica. Contamos neste caminho e com todos incluindo os de Lisboa. Que souberam animar os contos consentidos que ouvi pela noite. E que contos! com graça, sentido e humor. Agora é tempo de de dar um passo à frente. BIOMATER. Um novo projecto que desenhamos para VNPaiva. A ver vamos se levará a bom porto esta nova dinâmica em que acreditamos porque acima de tudo nasce de lá. Não podia esquecer o Prof. João Neves. Um autêntico homem dos bastidores. Não perdeu qualidades e não gosta de estar sob os holofotes. Sinceramente fez-me lembrar outros tempos... bons tempos! Pela nossa parte iremos contribuir a curto prazo com a organização de um workshop de ilustração científica sob a égide de Fernando Correia. A ver vamos se conseguimos replicar o êxito.

1 comentário:

  1. Natureza, Biodiversidade, Ecologia, pensar Green, bem são tudo ideias ou são mesmo motivos e ambições que o Homem quer encarar e resolver definitivamente? Neste momento não sei, existem muitas dúvidas na sociedade de consumo e de mercado que me deixam muito pouco confiante nestas ideias. Sinto verdadeiramente que esse é o caminho mas vejo diariamente portas a fecharem-se a quem de alguma forma quer levar essas ideias e valores mais longe e mais além. Falamos de pensar verde, falamos em educar os nossos filhos e jovens para uma visão natural e para a riqueza das nossas terras, queremos fazer a diferença e ser diferentes, queremos mostrar aos outros como é possível fazer diferente, mas no fim nada se faz, tudo se perde e nada fica para provar essa mesma ideia. Falo assim porque quero mudar, quero e vejo na capacidade de algumas, poucas ainda, mas algumas pessoas poderem tentar recuperar o verde das nossas vilas e aldeias, mas as portas a fechar. Juntamente com um amigo queria ser diferente, beber um pouco do espírito empresarial dos nossos vizinhos espanhóis e um pouco da versatilidade dos nórdicos e ter mais um trabalho. Para mim seria o trabalho da natureza e para a natureza… Criar, requalificar, produzir, ser diferente e mostrar que é possível mesmo neste altura de dificuldades económicas. Trabalhar para a nossa sempre casa natureza é sempre aceitável e fiável, mas as portas fecham. Então duas pessoas, jovens querendo ser diferentes e plantarem e requalificarem as terras que em tempo foram de seus avôs e familiares, que mais ninguém acredita e quer mas que para eles ainda fazem sentido e têm valor. Até aqui a ideia vale pela ideia e a vontade é herculeana, mas as portas fecham. Papeis, mais papeis, reuniões com pessoas entendidas e responsáveis por passarem os valores e as motivações, com produtores, com pessoas do campo que aplaudem a iniciativa e o facto de duas pessoas jovens quererem tanto dar vida a lavoura e a sementeira das terras do Dão. Mas as portas a fecharem, dificuldades, poucos apoios, mesmo os existentes são para quem já tem muito e quer ainda mais, bem uma desilusão marcada pelo sorriso e pela forma amistosa como estas duas pessoas tratam toda esta panóplia de acontecimentos. Dias, tardes perdidas que mesmo assim não são perdidas, pois são conhecimento e mais-valias, mas tanta porta…. Para que dizerem que existem apoios para os Jovens Agricultores se só os que têm grandes herdades é que alcançam esses apoios, para que criar a ideia que todos podemos fazer a diferença com motivação, se a motivação está presente e as portas a fechar? Perguntas e mais perguntas e sem resposta pois mesmo os gabinetes consultados ora dizem sim força, com dizem não se metam nessa aventura. Para quem é então a ajuda, para quem e porque, pensei que o querer muito uma coisa poderia ser uma grande ajuda para a alcançar mas vejo que só mesmo em sonhos ou na vida profissional de cada um. As portas da Europa estão a fechar e os sonhos e motivos nobres de alguns de nós fecham e acabam como as portas que eu e o meu amigo encontramos ao longo das últimas semanas.

    Obrigado Hugo Trindade e Jorge Cabral

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