domingo, 13 de março de 2011

Ecologia Histórica e Paisagem Cultural



À medida que venho escrevendo estas linhas de forma despretensiosas, lembro-me do esforço hercúleo que os c0ntra-relogistas fazem na sua "luta singular". Por ventura, as crónicas deveriam ser mais incisivas para suscitar o "confronto" de ideias construtivo, mas infelizmente a mentalidade vigente não o permite. A propósito da última crónica e nem de propósito o expresso publicou um artigo interessante sobre a revelação de que a Floresta Amazónia terá sido modelada pelo Homem, de acordo com a Arqueóloga Brasileira Denise Schann e neste sentido uma parte dessa floresta é cultural. Neste mesmo artigo, é referido que foi proposta, por William Balée um professor de Antropologia, uma nova disciplina científica a Ecologia histórica, na medida em que os seres humanos terão influenciado todos os ambientes naturais do planeta ao longo da história. Estas afirmações revelam a importância da interdisciplinaridade no desenho e concepção de debates relacionados com a Ecologia e Paisagismo. Quando assumi a direcção do Curso, a vontade de querer fazer este percurso era férreo, embora a interdisciplinaridade obrigue a fazer com o contributo de muitos. Aliás, esta foi a justificação para a criação deste espaço. Vamos esperando e desesperando que vão chegando os contributos dos demais para podermos fazer um tributo ao Curso. Quando se reduz este curso, à monitorização de jardins e colaborações com Cãmaras, sendo importantes é muito redutor. Para esta função primária, de preparar os alunos para a construção de jardins, temos colaborado com a Hortirelva e iremos a curto prazo estabelecer um protocolo, vice-versa, onde se criem sinergias de aprendizagem e colaboração com esta empresa. Em relação à colaboração com a CMViseu que, constitui um privilégio, mas que tem que ter regras. Aliás já as estabelecemos com os técnicos e vereadores da autarquia para que o nosso trabalho possa ser profícuo e eficaz. No caso concreto da avaliação biomecânica e fitossanitária da árvores da cidade de Viseu, assim que acontecer algum problema com alguma árvore, solicitamos que sejamos chamados de imediato porque é exactamente nesse momento que mais se aprende e que o nosso papel pode ser mais relevante, e não passadas algumas semanas depois de tudo ter sido resolvido...muitas vezes, menos bem. Mas na verdade, os temas como aquele que será versado no Wokshop "Planta a tua Floresta" na Quinta de Darei, ou o projecto que vamos realizar no âmbito do programa comunitário AARC sobre a monitorização do rio Vouga ao longo dos vários Concelhos do Distrito de Viseu, é que são os temas mais desafiantes e interdisciplinares e irão constituir um verdadeiro teste à nossa capacidade técnico-científica e contamos com o apoio de todos, sem excepção.

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