quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Uma noite como que encantada...na casa de Aquilino Ribeiro!

Ontem nem eu nem o Exm.º Presidente da Câmara de Moimenta da Beira vimos a vitória do nosso Porto, mas valeu a pena! Aliás, só para ouvir o seu discurso que me fez lembrar outros tempos, de outros autarcas, valeu a pena ter ido à Fundação Aquilino Ribeiro à evoção do nascimento do Mestre Aquilino Ribeiro. Mas, para um leigo em Aquilino como é o meu caso, embora seu admirador confesso, quando tenho a oportunidade de ouvir letrados no Mestre como são o caso dos doutores Alberto Correia e Augusto Frnandes, é sempre uma descoberta. A noite para começar foi de encomenda. No pátio do Aquilino, sob a folhada das suas tilias que as plantou e foi tutelando, a degustar um espumante das Terras do Demo e a ouvir efabulações de Aquilino, para mais a uma temperatura de 20ºC,...não há memória!  Vários amigos quiseram apresentar-me ao Presidente de Moimenta, o que até parece estranho. Devo dizer que me fez lembrar a espaços o Eng. Diogo que nunca mais esquecerei e que é o grande culpado por ontem me ter sentido entre pares, sendo eu "uma carta fora do baralho". Mas o que mais me fascinou foi a prelecção do doutor Augusto Fernandes. Um homem que escuta  Aquilino  e que o percebe como niguém. São dotados como este que entusiasmam os mais novos, mas também os menos, a encetar a leitura de Aquilino e outras. Para mais tem um discursos compassado que nos deixa a pensar nos entretantos e com isso enriquece o todo. Dá espaço ao espectador/leitor, permitindo que faça também a sua interpretação, mas depois remata a sua interpretação "à Hulk" e como que de repente se faz luz. De referir entre comas que vi em directo o golo do Hulk e só isso bastou daquele jogo. Seguramente que não veria nada melhor no jogo e parti para Soutosa. Mas voltando à dita aula da qual nem me atrevo a escrever o título, deslumbrou-me a descrição da rapariga, pastora, que havia acabado de ser desflorada à força  em "Andam faunos pelos bosque", em que a beleza da descrição da rapariga, quase erótica, podia ser usada em parte para efabular o Queijo, o tal Queijo Serra da Estrela do qual muito se tem falado e elogiado, como também as pastoras «...Se bem que trigueirinha de rosto, a carne era branca, com leves tons de rosa nas conjunturas, doirada de velo loiro nas axilas e na região secreta. Estatura sobre o mediano, a sua cinta era tão estreita que cabia quase no acincho de fazer o queijo; tinha o ventre escorrido, seco, e as ancas desciam mais arredondadas e certas que os lados dum cantarinho; logo acima, os seios eram dois cogulos de coalho em que houvessem caído duas pétalas de rosa, e o pescoço, mais alto que de razão, parecia, na parte que se sobrepunha ao chambre, de andar à queima do sol e do vento, cingido duma ampla gargantilha de oiro velho. Todo o corpo, entre fresco e madurinho, tão enfeitado de graças, que se dissera de fidalguinha, de pastora não.» . Aos poucos vou tendo a percepção do que me falta aprender com Aquilino...quase tudo...e o tanto que ele já me deu! Parabéns à renascida Fundação Aquilino Ribeiro e a todos aqueles que a fazem acreditar no futuro.

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