segunda-feira, 19 de março de 2012

Para lá das "Omilias" é preciso Agir...

O parque Arbutus do Demo, deu início à sua eco-semana que vai na terceira edição, sob um tema sugestivo "Território Natureza e Natureza Territorial", onde estiveram presentes alguns amigos do parque de diversas autarquias, empresas e instituições de ensino superior. Claro está esteve presente também o Presidente da autarquia de Vila Nova de Paiva que foi acompanhado na mesa de honra pelo Presidente do Agrupamento de escolas de Vila Nova de Paiva e pelo Eng. Miguel Tiersonnier, que fez um discurso objectivo e concreto enaltecendo os paisagistas que criaram aquele parque, não nós mas os verdadeiros percursores daquele espaço, que para além de tudo, escolheram aquele local não por acaso, mas pela quantidade de água que possui, e que vai condicionar em muito o futuro de muitos parques e jardins. A moldura arbórea fabulosa veio depois. Nós apenas o recuperamos e demos uma pequena achega. A Eng. Alexandra e o Eng. Ricardo como promotores conseguiram juntar um "naipe" de oradores que em muito engrandeceram este primeiro dia. Ouvimos o exemplo de Seia, pela "mão" da Dr.ª Célia Gonçalves, que explanou de forma clara e exemplificada os vários projectos que levam em acção desde o "Centro de Eco-Talentos" até ao programa das "Aldeias de Montanha", "Eco2Seia cidade de baixo carbono", "Seia Acessível", e por aí em diante, no âmbito do programa participativo da sua população "Agenda 21" e "gizado" de forma integrada pelo seu executivo e pelos seus consultores e colaboradores. Este exemplo já o conheço e presto a minha sincera homenagem pela forma empenhada e participada com que os levam a efeito. A segunda apresentação proferida pelo Sr. Eduardo Rocha, proprietário dos "moinhos da tia Antoninha", um turismo rural sediado em Leomil que radica a sua vocação no respeito pela paisagem envolvente das "Terras do Demo" e pela sustentabilidade energética, criando sinergias entre as diversas actividades que ainda decorrem naqueles territórios plenos de cultura e saber, como sejam o própria acção do moleiro, do pastor entre muitos outros. Apelou ao nascimento de mais projectos similares para o ganho de escala e a possibilidade de oferta de um maior número de camas e que com isso possam associar-se a mais promotores turísticos. O painel da manhã teve o seu epílogo com o Prof. Alfredo Simões da ESTGV, que abordou a lógica da economia de proximidade e de como se pode constituir em territórios de interior como é o caso deste e a forma como devemos direccionar os projectos paras aproveitar os fundos comunitários. O desafio lançado já não teve "eco" nos alunos do curso profissional de Turismo Ambiental que, entretanto se haviam ausentado para cumprimento escrupuloso do horário, provavelmente da cantina. Ficaram os "meus" com grande sacrificio e por isso lhes agradeço de forma sincera e espero que usem desta informação para o design dos seus projectos futuros, sejam na área da produção agrícola, ou do desenvolvimento rural integrando a ecologia, o ambiente, o turismo ou o paisagismo. Serve esta "crítica" para dizermos que se não acreditamos não vale a pena "forçarmos". Quem ganhará com estas acções realizadas pelo parque são os alunos e os próprios docentes de Vila Nova de Paiva e foi um pena não se ter arranjado um pequeno "farnel" para que pudéssemos todos ter ficado a falar com docentes, alunos, técnicos, sapadores florestais, jardineiras e responsáveis políticos no ambiente inspirador do Parque Arbutus do Demo. Seguramente muito se ganharia. Após o almoço a correr, ao qual agradecemos ao Malhadinhas que tiveram a paciência de nos atender fora de horas, demos início à sessão da tarde com um atraso significativo. A parte da tarde foi extraordinariamente interessante porque assistimos ao exemplo dos percursos pedestres de Vouzela, trazido pelo Dr.º António Martinho que tanto sucesso têm trazido a esse concelho, com cerca de 4000 visitas anuais, que investe no turismo de natureza e não só o apregoa como também pratica e isso faz toda a diferença. Não ficam à espera que venham os turistas e auxiliam os actores do desenvolvimento a forçarem essa vinda e incentivam a sua procura motivando os agentes intervenientes da própria região. O Eng. José Matias da Casa da Ínsua, mostrou a arte do fazer bem com glamour e exclusividade da casa da ínsua a provar que existe mercado nacional mas também internacional para exemplos de exclusividade que também existem por estas bandas. O uso da internet e o saber quem os procura é importante para o desenho de programas, quer a nível nacional quer internacional. Por último, mas não menos importante, tivemos a Ervital pela humildade e experiência do Eng. Joaquim Morgado que nos tem presenteado nos últimos tempos com a sua companhia em diversas actividades e que merecem que sejam apoiados e incentivados, não por qualquer sentimento de "pena" mas por são para nós um garante de conhecimento, qualidade e autenticidade do melhor que se faz no mundo rural ao nível da produção biológica e das secagem de plantas para infusões. Espero que todos tenham levado algum experiência que vos tenha motivado e que num futuro próximo possam por em prática muitos dos exemplos que assistimos, nas mais diversas áreas do desenvolvimento rural. Todos os intervenientes mostraram disponibilidade para colaborarem com a autarquia de Vila Nova de Paiva e com a Escola, resta agora ver se estas palavras têm eco em acções, ou se apenas viemos prestar mais uma boa acção proferindo uma omília a Vila Nova de Paiva. A todos aqueles que colaboraram neste dia agradeço pessoalmente o vosso exemplo de dedicação e préstimo à causa pública para o bem do futuro de uma região plena de potencial e desafios. Alguém me confidenciou no final, com conhecimento de causa, que "palavras leva-as os vento" estamos no momento de agir. Da minha parte tudo o farei para que isso possa acontecer e comprometi-me em tentar avaliar a situação da cabrada de Vila Cova à Coelheira para que possa daí nascer o tão afamado Queijo de Cabra "Terras do Demo". A minha promessa é para cumprir!

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