terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Ecos de um dia....em que o Cardo será enorme!

http://www.tsf.pt/sociedade/interior/cardo-o-novo-ouro-da-serra-da-estrela-5638237.html

http://portocanal.sapo.pt/noticia/113558

http://www.jornaldocentro.pt/noticias-rjc-31-de-janeiro/

http://www.cmjornal.pt/cm-ao-minuto/detalhe/quinta-da-prisao-de-viseu-produz-flor-de-cardo-de-qualidade-superior

http://portocanal.sapo.pt/noticia/113942

http://www.agroportal.pt/estabelecimento-prisional-do-campo-entrega-de-flores-de-cardo-seleccionadas-a-produtores-de-queijo-serra-da-estrela/

http://www.destak.pt/artigo/292669-quinta-da-prisao-de-viseu-produz-flor-de-cardo-de-qualidade-superior

http://www.portugal.gov.pt/media/24729148/20170130-seaj-viseu.pdf

http://videos.sapo.pt/yQZNnnbwzy0aDWmc334h 

http://www.rtp.pt/noticias/economia/quinta-da-prisao-de-viseu-produz-flor-de-cardo-de-qualidade-superior_n980686

Os Estabelecimentos Prisionais como Centro de Referência do Saber Fazer...










Fotos de José Luis Araújo

Com a sua anuência, Excelentíssima Secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Dr. Helena Mesquita Ribeiro, permita-me que dirija a primeira palavra aos reclusos deste estabelecimento, mesmo que, por vezes, tenham duvidado da minha palavra, hoje aqui estão presentes, numa cerimónia inteiramente dedicada ao vosso esforço, labor, capacidade, engenho e, acima de tudo, futuro.
À Exm.ª Sr.ª Secretária de Estado Adjunta e da Justiça dizer o quanto é importante a sua presença, para fazer mobilizar pessoas e meios para esta realização e para que possa ser dado o devido eco em prol deste Estabelecimento Prisional, da sua direção, daqueles que aqui trabalham e, acima de tudo, dos seus reclusos. Que este exemplo se possa transpor para muitas outras instituições que terão tantos méritos como esta, não só na área da justiça como da solidariedade social.
Acredite V. Ex.ª que tudo faremos para respeitar a tradição Beirã de bem receber e, se alguma coisa for menos bem, a culpa é exclusivamente minha, exatamente por não ser Beirão, apesar de me sentir como sendo um entre Beirões.
Não tendo tido o prazer de conhecer V. Ex.ª antes, não obstante eu também privilegiar a justiça, procurei conhecer um pouco sobre o seu currículo (no sitio oficial do governo), não para tirar “quaisquer nabos da púcara”, mas para encontrar eventualmente alguns pontos de referência e procurar ser gentil na apresentação. Não vou cometer nenhuma inconfidência, apenas direi que não vou dizer nem a minha idade nem o meu signo e por aqui… paro!
Ao Subdiretor da Reinserção e dos Serviços Prisionais, Dr. Paulo Moimenta de Carvalho dizer que é um enorme prazer poder recebê-lo nesta casa, que é sua também, e em jeito de graça, dizer que eu por não ter o apelido “Carvalho” no meu nome, para além do meu Curriculum não ser adequado, nunca poderei ocupar qualquer lugar como Subdiretor geral de reinserção e serviços prisionais, pois parece que esse é um dos requisitos. Sei que a vossa presença está intimamente ligada à perspetiva de investimento nas obras deste estabelecimento. Também penso que um Estado que investe em estabelecimentos prisionais parece que não quer ter futuro, mas este é um caso de necessidade “gritante” e acredito que a verba que vier aqui a ser investida terá o seu devido retorno e é também por isso que estamos todos aqui hoje.
Ao Dr. António Almeida Henriques dizer que ambos somos aqui fregueses, no Campo, e pedir-lhe que olhe para esta instituição como um centro de referência do saber fazer e que canalize toda a sua diplomacia para ajudar também esta instituição e as pessoas que aqui estão, dando-lhe uma perspetiva de futuro. Esta mensagem é aliás para todos os que aqui estão presentes, com mais ou menos responsabilidades políticas, económicas e sociais. Aproveito para cumprimentar o presidente de Câmara de Penava do Castelo, Dr. Francisco Carvalho (que pelo apelido ainda pode aspirar a subdiretor geral).
Ao Presidente do meu Instituto (IPV), Eng. Fernando Sebastião, agradecer encarecidamente a sua presença numa ação promovida pelo projeto CARDOP para conhecer um Projeto, que na perspetiva do Prof. Carlos Faro do Biocant, é extraordinariamente atual combinando a vertente cientifica, cultural e social numa abordagem verdadeiramente holística.
Agradecer ainda, de forma muito sentida e amiga, a todos aqueles que quiseram estar aqui presentes e a todos aqueles que gostariam de estar e pelas mais diversas razões não puderam vir.
Agradecer aos produtores de Queijo Serra da Estrela e às organizações que os superintendem, Ancose e Estrelacoop. Àqueles que estão presentes, mas a todos em particular, porque hoje não estamos a privilegiar uns em detrimento de outros e isso é preciso que fique bem frisado, mas estes acreditaram em nós desde o início. Hoje estão aqui a Sabores e Ambientes (Bobadela - Oliveira do Hospital), a Casa da Ínsua (Insua - Penalva do Castelo), Queijaria de Germil (Germil-Penalva do Castelo), Queijaria Armindo (Cativelos Gouveia), Queijaria Lameiras (Oliveira do Hospital) e a Queijaria Quinta da Lapa (Vilar Seco-Nelas).
Eu imagino o embaraço, para uns, e o gozo, para outros, que tiveram no argumento que usaram para declinarem outros convites dizendo que “Não posso, porque a essa hora estou na prisão”. Afirmo-vos com toda a certeza que este é um dos locais onde me sinto melhor e onde eu e os cardos nos sentimos mais seguros, como se de um jardim se tratasse (e que todos puderam testemunhar na visita). Há muitos amigos deste projeto que se deslocaram centenas de quilómetros para aqui estarem presentes e outros mais que lhes foi de todo impossível aqui estarem, mas que me deram motes fantásticos para este discurso.
Há vários exemplos no País e no Mundo de, por via da cultura, reconhecerem-se os talentos e capacidade a reclusos e a Instituições prisionais, através da encenação de peças de teatro, operetas, concertos de música, entre outras. Nós usamos a cultura, mas privilegiamos a ciência e queremos mostrar a forma como os podemos ajudar, sabendo que recebemos muito mais em troca do que aquilo que efetivamente vos damos.
Passa-se com esta instituição, como se passa com outras, como a APPACDM-Viseu, com quem tanto prazer nos dá podermos colaborar em sinergia e complementaridade. Julgo que a sociedade tem que dar mais atenção às valências e competências que existem nestas instituições, às quais se podem juntar os lares de idosos, que podem ser universidades do saber adquirido e não depósitos de idosos, aos quais os ‘nuestros hermanos’, apelidam de “mayores”, por alguma razão!
Eu queria começar por falar daquilo que, na verdade, aqui nos traz, que é uma força e uma vontade humanas incríveis que a sociedade não pode desperdiçar. Este exemplo tem paralelo com o caso dos nossos alunos nas nossas escolas, institutos politécnicos e universidades. São eles na verdade quem pode fazer a diferença, sabendo nós professores motivá-los para os desafios do futuro, com base no mérito, na excelência do criar e do fazer mas acima de tudo na ética e respeito pelo outro.
Para que o exemplo possa resultar em pleno, no sentido de valorizarmos as pessoas, escolhemos a planta mais simples, aquela que é talvez a menos querida, menos exigente, e menos subsidiada por isso a colocamos aqui neste estabelecimento, no local menos fértil, e provarmos que é possível construir um cenário, não idílico, por causa dos espinhos, mas “poças” a Rosa também tem espinhos e não deixa por isso de ser a Flor de eleição que é, com direito a nome de filme e tudo. A rosa tem dignidade para ser dada como nome de pessoas e nesse aspeto o cardo tem igual dignidade, porque também tenho muitos aluno(a)s de apelido Cardoso.
Confesso que no início do projeto CARDOP, algures em 2010, quando tivemos o primeiro “assalto” por via de uma candidatura ao “PRODER”, no qual nos desviaram 80% do financiamento (temo que o mesmo se possa vir a passar com os próximos financiamentos PDR 2020), nunca me passou pela cabeça, que um dos seus capítulos mais importantes e singulares, seria realizado num estabelecimento prisional, depois de passarmos pelos mais diversos palcos e instituições, como Politécnicos, Universidades, Centros de Investigação, Escolas Secundárias, Institutos de Solidariedade Social como a APPACDM, Produtores de Queijo Serra da Estrela, Hotéis de luxo, como a Casa da Ínsua, Congressos Nacionais e Mundiais na Itália na Argentina, onde sempre, com orgulho, mencionamos todos os elementos e instituições de uma grande equipa, onde o EP do Campo se inclui, não apenas em número mas em qualidade técnico-científica e humana dos seus membros (eu aqui estou apenas a falar dos outros!).
Pela capacidade e o know-how que existe nesta instituição, assumi que não me podia “furtar” a mais esta responsabilidade, e tudo tentar fazer em prol deste estabelecimento, dos seus responsáveis e, acima de tudo, dos seus reclusos, para que possam ter o augúrio de sonhar com um futuro promissor, depois de algum eventual lapso, que todos cometemos nas nossas vidas, mas que apenas alguns chegam a pagar por via da tal justiça, cega, surda e muda… que por vezes até devia mudar e não muda!
Mas hoje não é o momento de crítica, mas o momento do futuro, não de promessas mas do fazer cumprir o futuro. Cada um de nós, que tem o privilégio de poder estar aqui presente, independentemente de ter maiores ou menores responsabilidades na sociedade, deve pensar para si mesmo o que poderá fazer para o futuro destes homens (e mulheres!) e para toda esta região, por via do cardo e do Queijo Serra da Estrela, em termos sociais, políticos, económicos e culturais.
Que “portas” poderemos abrir, que lobbys poderão ser criados, para que tenhamos a noção que tudo tentamos fazer o que estava ao nosso alcance, sabendo que não vamos mudar o mundo, mas que também “não mudemos apenas uma palha”.
Sei que temos congregado, muita gente neste “bando”, muita gente boa, aliás muita dela já existia antes de aqui chegarmos a lutar pelos propósitos destes territórios e em particular pelos produtores do Queijo Serra da Estrela. Eu assumo a minha cota de responsabilidade de não ter obtido os resultados que ambicionava para esta altura, quer do ponto de vista científico quer do ponto de vista económico e social.
Uma das causas, são as minhas limitações, até na incapacidade de conseguir criar “pontes” com as altas instâncias do poder político, regional e nacional. Curiosamente, nunca estive ao lado de alguém com responsabilidade política na área da agricultura, nem um diretor geral, quanto mais um excelentíssimo secretário de estado, não falando de um excelso ministro. Hoje tenho o privilégio de, por via dos reclusos, ter ambos na mesma mesa de honra, que não sendo da agricultura são da justiça, da justiça entre os homens, o que ainda mais me agrada. Não pretendo que V:Ex.ªs levem recados, até porque não são “pombos correio”, mas que percecionem e interpretem bem as mensagens simples e simbólicas que hoje daqui podem levar.
Todos sabemos como devemos agir para termos palco, e muito em particular em estabelecimento prisionais. Seguramente que não vos preciso recordar os episódios recentes passados nos motins no Brasil. Olhem para estes homens e pensem que cultivam plantas de cardo para ofertar flores aos produtores do Queijo Serra da Estrela.
Temos a certeza que esta mensagem não colhe os interesses da vulgar comunicação dita social. Mas que interessa! Enche-nos a alma e agrada aos produtores e indiretamente aos apreciadores daquela que é uma das sete maravilhas da gastronomia, que é o Queijo Serra da Estrela.
O cardo é um dos mais belos exemplos que pode ser usado como elemento de estudo nas mais diversas áreas do conhecimento, e que ajuda a explicar muitos dos fenómenos de evolução e domesticação das plantas, desde o início da agricultura, e na forma como o homem os conduziu e com que objetivos.
O cardo silvestre deu origem à alcachofra e ao cardo cultivado que foram desenvolvidos com propósitos diversos. A alcachofra cuja principal vocação é a produção de capítulos em fresco é, hoje no mundo, uma das plantas mais usadas na gastronomia pela sua excecional qualidade nutricional e nutracêutica, fazendo apologia a Hipócrates “que o teu alimento seja o teu medicamento”.
O cardo cultivado tem aplicações diversas, sendo a biomassa e o óleo as suas principais aplicações industriais. Nunca ninguém se preocupou em domesticar o cardo com a vocação de produção de flor criando plantas com arquiteturas apropriadas para a produção e recolha de flores que tenham características bioquímicas exclusivas para a obtenção de coagulantes vegetais de exceção.
Começamos a fazer há 7 anos, um trabalho que normalmente leva décadas, e é com enorme regozijo que posso afirmar, hoje aqui, que em relação às flores de cardo produzidas e colhidas nesta instituição, são do melhor que existe no mundo e, com a experiência que tenho em biodiversidade vegetal, que as plantas que existem aqui neste estabelecimento, possuem arquiteturas, morfologias e valências bioquímicas que eu julgava não serem possíveis atingir no cardo. Aqui estão como exemplo de capacidade, tenacidade e não por obra do acaso.
Ainda estamos longe do final desta história (mas não deste discurso!) e, que provavelmente muito em breve, deverá passar a ter outros interlocutores, mas desde o início jurei que nunca poderia ficar satisfeito em olhar apenas para a valorização da flor do cardo. Esta é uma planta que se dá toda, desde a raiz, às flores e sementes.
Produz inulina na raiz, um polissacárido com grandes benefícios para a saúde humana, nas folhas apresenta compostos uns antimicrobianos, antifúngicos e anticancerígenos, outros, hepatoprotetores, estimuladores da bílis, que controlam o teor de colesterol, as sementes produzem um óleo com elevado teor oleico e linoleico e α-tocoferol, enfim um rol infindável de valências e atributos.
Tudo isto já foi e continua a ser transformado em produtos e conceitos que permitem que os meus alunos e colegas ganhem prémio de inovação como foi o caso do CYNatura. Estamos com vários projetos em curso com vários colegas de diversas instituições da região, de Portugal e do mundo. Mas nesta vertente começamos com os do IPV, nas áreas do ambiente e das madeiras, mas podemos e devemos ir à saúde, à educação, enfim a todas a todas as escolas do IPV. Eu acredito que o cardo poderá fazer parte dos carros do futuro e até da aeronáutica espacial, mas não poderá deixar de fazer parte dos elementos mais simples que se traduzirão em peças da mais requintada cultura e design relacionados com o QSE.
E ainda não falamos, em concreto, daquilo que aqui nos trouxe que foram as flores do cardo e que são estudadas em Portugal há mais de 30 anos por uma equipa liderada pelo Prof. Doutor Euclides Pires, muito bem secundado por outros brilhantes investigadores e que posso afirmar que o cardo foi um dos pilares estratégicos que permitiram a construção do maior Parque Biotecnológico Em Portugal, o Biocant. Também na região, muito antes de mim a ESAV e a DRPACentro no Tojal Mau, fizeram um trabalho notável já na altura em parceira com o grupo da Universidade e do Instituto Politécnico de Coimbra.
O trabalho que temos feito na região e que terá que ser continuado, muito se deve à nossa atual ligação com a Universidade Católica e em particular com a Prof. Doutora Marlene Barros, que fez parte desse grupo inicial da Universidade de Coimbra e que o seu know-how constitui hoje uma enorme mais-valia para a região e para o QSE, em particular no que às enzimas das flores de cardo, ditas cardosinas, se concerne.
Há estruturas como a Ancose e a Estrelacoop que são referência na região neste setor do QSE e que precisam cumprir todos os dias os propósitos para a qual foram criadas. Surgem novos produtores, e há os que já estão cá há décadas a produzir. Nem uns nem outros têm o futuro assegurado, porque este é um dos setores mais difíceis, é o da mais pura Biotecnologia, que mescla leite cru de ovelha Serra da Estrela, enzimas proteolíticas e processos de maturação com dinâmicas microbiana e bioquímicas excecionais.
Há dois atores com os quais tenho uma relação de grande proximidade, com quem tenho aprendido quase tudo o que vou sabendo neste setor, que são o João Madanelo e o José Matias e personifico neles toda a excelência dos produtores da região, dizendo que estamos disponíveis para os ajudar a todos sem exceção e que infelizmente não podemos dar nada por garantido e que temos que todos os dias procurar fazer mais e melhor. Estes senhores são dois únicos e aquilo que hoje é o QSE muito a eles se deve, com certeza a muitos outros também, dos quais alguns estão hoje aqui representados e muitos outros que por acaso aqui não estão e não é por isso que são menos importantes para o futuro do setor.
Mas o momento que hoje criamos de uma forma simples mas simbólica, só foi possível pela disponibilidade inexcedível de pessoas, sensíveis, não ao meu apelo, mas a causas como esta, e que entraram nesta nossa “quadrilha” ou “bando” (porque somos tantos) por serem muito especiais e a quem nós pedimos muito e eles dão-nos tudo. Não posso deixar de fazer alguns agradecimentos muito particulares. Aos produtores de Queijo Serra da Estrela Sabores e Ambientes, Casa da Insua, Queijaria de Germil, Queijaria Armindo, Queijaria Quinta da Lapa, aos Chefs, Paulo Cardoso que não aparece apenas em estrelas Michelin mas que é uma estrela que a mim sempre me guiou e aos seus formando do Instituto de emprego e Formação Profissional, ao Chef Eurico da Quinta dos Compadres e a todo o seu staff que possibilitaram esta realização com uma logística muito complexa, à CVRDão, UDACA, Ervital e Fumeiros Terras do Demo a todos lhes ficarei eternamente grato em nome deste Estabelecimento e da minha Escola. Uma referência ao Dr. Victor Gomes, Administrador Executivo da Caixa de Crédito Agrícola do Vale do Dão e Alto Vouga, que sempre acreditou no projeto a ponto de fazer incluir numa das edições da revista do Banco CA um reportagem sobre a participação de reclusos e formandos da APPACDM na plantação de um campo de cardos no Hotel de Luxo casa da Insua.
Ao Dr. Paulo Medeiros que, tem sido desde sempre, o responsável pela imagem do CARDOP, bem como aos serviços de comunicação, cultura e relações externas do IPV, dr. Jorge Alves, Joel, dr. Joaquim Amaral e à Presidência do IPV. Á Escola Superior Agrária de Viseu, designadamente ao Seu Presidente e a todo o restante elenco, À Presidente do Conselho científico e aos seus conselheiros, aos colegas, funcionários e muito em especial aos alunos da ESAV.
Aproximam-se o rol de feiras de Queijo Serra da Estrela, que se realizam um pouco por todo os 300 000 ha do território de Denominação de Origem Protegida (DOP), aliás uma marca que é uma garantia que o queijo vem de onde diz vir e que é laborado nos devidos moldes e para isso existe uma fiscalização. Vão novamente aparecer as afamadas “Festas” que entretêm o povo e pagam os vícios da comunicação, numa lógica que se replica anualmente, sem grande inspiração e vontade de mudança. Concluir dizendo que o setor do Queijo Serra da Estrela, não se esgota nos mais 15 milhões de euros que gera e nas 3200 famílias que emprega, distribuídas por uma vasto território da DOP que ajuda a manter as pessoas dispersas por estes territórios de baixa densidade. Pela complexidade técnica envolvida, não vou abordar a famigerada questão da aplicação do Regulamento (CE) Nº1332/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho de 16 de dezembro de 2008, relativo à produção do Queijo Serra da Estrela DOP e outros Queijos Portugueses que utilizam flor de Cardo enquanto ingrediente.
Em resumo de tudo, Sendo este um produto de raiz tradicional que assenta na memória e saberes empíricos de uma região e das suas gentes, sem abdicar da sua identidade, deve lançar-se à conquista de mercados globais suportadas por serviços e tecnologias inovadoras, não apenas ao nível da produção mas também das suas ferramentas que hoje se alicerçam em know-how científico de base muito alargada mas inteiramente sinérgico e complementar. Lanço aqui o repto de candidatar o QSE a património cultural imaterial da humanidade e assumo-me como o seu primeiro subscritor como uma forma de pressionar a Comissão Europeia para se manter a utilização da flor de cardo a sua laboração e as raízes culturais que foram provadas e estão provadas por tanta humanidade tão diversa na escala do tempo sem paralelo na geografia.

Um enorme Bem-haja a todos por esta oportunidade de enaltecermos este Estabelecimento Prisional no seu todo, o cardo e o Queijo Serra da Estrela!

sábado, 28 de janeiro de 2017

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

O Queijo São Jorge como... uma obra do MEC....

É deliciosa a forma conhecedora como o MEC descreve tudo o que prova. Parece que tem o dom de midas. Ai se ele falasse do Queijo Serra da Estrela...como o descreveria?

A propósito do Miguel Esteves Cardoso que escreve como ninguém na arte da gastronomia afirma que e um erro dizer-se "queijo da ilha" ao queijo São Jorge porque o arquipélago dos Açores tem muitas ilhas e em todas elas, com a possível exceção da ilha de Santa Maria, se faz queijo.
É curioso o que se passa com o Queijo Serra da Estrela e o facto de alguns chamarem apenas queijo da Serra, àquele que é seguramente um dos melhores do mundo. Os queijos das outras serras é que deviam ficar melindrados com isso. Eu por mim pode-se chamar apenas queijo da Serra, desde que seja indubitavelmente bom.

http://lifestyle.publico.pt/napontadalingua/367825_o-queijo-sao-jorge-dop-e-uma-obra-prima-mas-um-dos-melhores-e-novinho-so-com-tres-ou-quatro-meses

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Eu já devia estar atento e ter experiência para não cair em "engodos"...


Há coisas que todos sabemos mas que temos que ter cuidado na forma como o dizemos, como é o caso. Esta entrevista tem quase um ano e é curioso o timing em que aparece e a mensagem que parece querer transmitir. São necessários esclarecimentos que devem ser feitos para tornar esta mensagem legível. Mas que eventualmente, a situação se tem degradado é uma verdade, mas o que é preciso é ajudar e não andar apenas a dizer que isto não está bem. Eu não preciso de palco, aliás muito pelo contrário, agora só me puxam para o palco quando eu digo alguma coisa em off, o que é pena. Mas não é a primeira vez! Eu terei dito naquela tarde coisas importantes, mas que não passaram. O que passou foram duas ou três coisas que afirmei e que são verdade, mas que pedi para que não fossem mencionadas. Ora voilá! Passou-se exatamente o contrário.

http://www.correiodabeiraserra.com/investigador-garante-que-o-cardo-influencia-a-qualidade-do-queijo-serra-da-estrela-e-diz-que-no-ano-passado-em-oliveira-do-hospital-teve-de-se-fechar-um-pouco-os-olhos-para-haver-queijo-dop-a-vend/

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Um momento deveras singular....





O projeto CARDOP tem vindo, desde 2010, a estabelecer parcerias com instituições de diversa índole, científica, cultural e social, para estudar e conhecer melhor a flor de cardo como ingrediente obrigatório do Queijo Serra da Estrela. Este nosso percurso levou-nos a instalar cerca de uma dezena de campos e mais de 5000 plantas que permitem hoje termos um conhecimento mais abalizado sobre esta espécie e produzir flor de cardo com uma qualidade irrepreensível para fornecer algumas das queijarias de referências da região. Um dos campos que mais nos orgulhamos neste projeto é o que se encontra no Estabelecimento Prisional do Campo, que foi estabelecido em 2013 como um campo experimental de cardo com a vocação de produção de flor e que é atualmente uma referência na região e no País. Neste estabelecimento está uma seleção de recursos genéticos de cardo que representam não apenas um repositório, mas um potencial de futuro que irá assegurar a prossecução da utilização da flor de cardo como elemento diferenciador e exclusivo na produção do Queijo Serra da Estrela na região de Denominação de Origem Protegida. Este conceito que foi criado originalmente com a visão estratégica do à data Diretor, Dr. Miguel Alves e o planeamento agrícola do Engº. Nuno Pestana, formado na ESAV, tendo sido possível concretizar pela vontade dos próprios reclusos, que têm colaborado de forma ativa e inexcedível neste desígnio que é hoje levado a cabo por outros atores ao nível da coordenação e da execução pela mão do atual diretor, Dr. José Pedreira, e pelo coordenador agrícola, Sr. José Oliveira, mas com a mesma determinação e capacidade. Como prova do trabalho realizado e forma de divulgação de todo este conceito, iremos realizar no próximo dia 30 do mês de Janeiro, pelas 16,30h uma ação pública para entrega de flores de cardo de qualidade inexcedível, que cumprem todas as questões relativas à qualidade do perfil bioquímico da suas cardosinas e às questões microbiológicas relativas à segurança alimentar a queijarias do território Serra da Estrela que permitirá laborarem mais de 6000 queijos no presente alavão. Seguir-se-á uma prova de degustação de Queijos Serra da Estrela produzido com base em flores desenvolvidas a partir do projeto CARDOP que se realizará nas Instalações do Estabelecimento Prisional do Campo. Aproveitamos o ensejo para convidar V. Ex.ª a poder participar nesta cerimónia simbólica de entrega das flores aos produtores selecionados como prova da capacidade produtiva e do know-how instalado no Estabelecimento Prisional do Campo. O trabalho desenvolvido no âmbito do CARDOP pretende dar resposta aos anseios dos produtores para que o queijo Serra da Estrela DOP se constitua como a imagem da “Ruralidade” mais capaz e inovadora, marca de um vasto território, das suas paisagens, dos seus recursos genéticos animais e vegetais, das suas gentes, cultura e tradições, traduzido num número exclusivo de produtores que se pretende ajudar a inovar na tradição num mercado extremamente competitivo, marcando presença ao lado dos melhores produtos agroalimentares. A uma qualidade e cuidado na produção e apresentação, que representa toda uma geografia, junta-se a “Alma” dos seus criadores, um pouco à imagem do Care, Love and Soul, característicos da excecionalidade de poucas criações, entre as quais este ícone se tem que incluir.
Num estabelecimento prisional, onde os reclusos, ao contrário do que vemos no mundo, não fazem motins sem motivo algum, mas plantam e produzem flores que mais podemos colher….

Neste evento iremos ter o prazer de contarmos com a presença da Exm.ª Secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Dr.ª Helena Mesquita, do Sub-Diretor Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Dr. Paulo Moimenta de Carvalho, do Presidente do Município de Viseu, Dr. Almeida Henriques e do Presidente do Instituto Politécnico de Viseu, Eng. Fernando Sebastião. Serão convidados mais um conjunto de entidades da região para poderem assistir a um momento simbólico, mas com enorme significado social, económico e científico.


Um trecho sublime...

https://www.youtube.com/watch?v=wrzBE0ome4g

...por um conjunto de razões que, não são óbvias, mas era um excelente exemplo a colocar em prática no dia 30 de janeiro.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Não sei se já tenho memórias para ter Alzheimer,…


http://alzheimerportugal.org/pt/

O desafio lançado esta semana pela Mesa do Canto, foi falar acerca da doença de Alzheimer a qual me propus abordar ainda que de uma forma ligeira sob o cariz social, clínico e terapêutico. Esta temática obrigou-me a rever Still Alice, um filme que deu um óscar a Julianne Moore, no papel de Alice Howland. Alice revela o mesmo prefixo de Alzheimer e Howland é o nome de um atol localizado no oceano pacífico, a meio caminho de coisa nenhuma.
O título escolhido e que parece quase a “roçar a provocação”, veio de uma conversa de uma filha cujo Pai padecia de Alzheimer e que ela se questionava se estaria ou não preparada para sofrer de Alzheimer. A filha relatava que o seu Pai, que durante toda a sua vida tinha sido o seu herói e mentor, neste eclodir de vida, ela sentia que ele a amava como nunca a terá amado.
Eu nunca tive nenhum familiar próximo nem tenho lidado de perto com pessoas que padecessem de Alzheimer, o que me faz não saber em concreto o sofrimento dessas pessoas e dos seus e que posso às vezes ferir sem intenção aqueles que sofrem na pele dia a dia a perda das memórias, mas ganham de certeza afeto e sentimento, seguramente com muita paciência e dedicação.
Esta é uma doença emergente que afeta cerca de 40 milhões de pessoas e que se espera que venha a triplicar até 2050. Cada 3 segundos é diagnosticado um caso no mundo, um número que reflete que durante este programa da Mesa do Canto serão diagnosticados mais 20 casos, sem apelo nem agravo e que cada vez mais este número nos vai chegando mais próximo. Ora aqui está um exemplo que ser dos últimos é o melhor quando tantas vezes só queremos ser os primeiros.
Mais do que uma doença é um estigma que se abate não apenas sobre uma pessoa mas sobre uma família. Isto porque, numa percentagem ainda que pequena, trata-se de uma doença que se transmite hereditariamente através de um gene autossómico dominante (DIAD) e que por isso pode surgir precocemente na vida de uma pessoa.
Atualmente as doenças do foro cancerígeno servem como o melhor exemplo da evolução da ciência e da sensibilidade social para com uma das doenças que mais afeta a sociedade, mas também aquela sob a qual mais temos sabido procurar respostas e soluções. Por isso, há a tendência para estabelecer comparações e padrões. Provocando ambas igual número de óbitos, na doença de Alzheimer o investimento é cerca de 1/10 e os custos para a sociedade o dobro comparativamente com o cancro. A doença de Alzheimer, parece assim uma doença silenciosa e solitária e nas dez doenças que mais afetam a sociedade é aquela que ainda não tem qualquer perspetiva de cura, até que um dia a sociedade em uníssono acordo à séria para esta realidade. Mas esta impaciência já dura há mais de um século.
Esta doença foi identificada pela primeira vez em 1901, numa mulher de seu nome Auguste Deter falecida em 1906 com 51 anos de idade. O médico que a diagnosticou foi o alemão Alois Alzheimer que fatidicamente faleceu com os mesmos 51 anos, embora por complicações de uma doença viral.
As causas da sua origem estão identificadas e relacionadas com duas proteínas a B-amilóide e a proteína Tau. Há inúmeros grupos e estudos a serem desenvolvidos pelos mais diversos grupos de investigação em todo o mundo a procurarem soluções para atenuarem, prevenirem ou curarem aquilo que é uma doença e não apenas o resultado do envelhecimento. Há caminhos diversos para a cura que estão a ser trilhados, com base em fármacos, em plasma, estudados em minhocas, ratos e até macacos. Os prémios Nobel da Química do corrente ano desenvolveram a “máquina mais pequena do mundo”, uma máquina molecular que transforma energia química em força mecânica e movimento, uma solução que pode muito bem vir a ser aplicada no futuro, a par de terapias génicas entre outras imensas soluções. Um outro prémio Nobel, o da medicina, o Japonês Yoshinori Ohsumi, também estudou perturbações na regulação celular no que toca à autofagia, com o evoluir do envelhecimento. Os microtúbulos que estão igualmente envolvidos no desenvolvimento da ciência, também o estão nas doenças do foro cancerígeno e nós em Portugal temos investigadores brilhantes com o Prof. Doutor Hélder Maiato que os conhece como ninguém. Seguramente que mais cedo ou mais tarde vamos encontrar solução terapêutica para o Alzheimer, mas antes disso podemos fazer muito por evitarmos cair neste vazio.
Contudo, as causas reais ainda não estão alcançadas. Seguramente que o estilo de vida e a alimentação, a tal que Hipócrates dizia que era o nosso remédio, a poluição ambiental são as causas principais, para além de algumas genéticas. Há inclusivamente estudos, recentemente publicados, que relacionam casos de demência com a proximidade a grandes vias de comunicação.
As pessoas que padecem de Alzheimer, constituem no seu conjunto já a 18º Economia Mundial em termos de custo. E em termos de produtividade? Será que não conseguimos aproveitar todos estes recursos? Muitos foram brilhantes cientistas, outros brilhantes Pais e Mães. Que sociedade é esta que não os merece. Eu gostaria de ver arte e cultura representada, pintada e musicada realizada por estas pessoas em palcos de referência. Os maiores artistas do mundo têm mais do que comportamentos desinibidos, e são idolatrados por isso e até o próprio Presidente da maior Potência Mundial os tem e não é nenhum handicap.
Num estudo publicado na última revista da associação Alzheimer Portugal, pelo projeto UP65, constatamos um dado que nos põe a pensar. Apenas um em cada dez dos nossos idosos tem níveis regulares de Vitamina D, em Portugal, o tal país “à beira mar plantado” que é a síntese entre o mediterrâneo e o Atlântico de Orlando Ribeiro. Este devia ser o melhor de dois mundos, em termos de alimentação e clima e por acréscimo saúde e bem-estar e que nós continuamos a não saber valorizar e outros nos querem denegrir. Algo vai mal na forma como lidamos com o potencial do nosso País que queremos que outros usufruam e que não nos ensinamos a aproveitar e desfrutar.
Se algum conselho posso dar-vos é que apliquem muitas das políticas do pré-escolar de sociedades evoluídas na promoção do combate ao Alzheimer e na valorização dos pequenos feitos que todos somados são grandes feitos. Tratemos os nossos idosos com tanto carinho como tratamos os nossos pequeninos, não vamos perder nada, mas vamos ganhar quase tudo! E coloquemos os mais velhos em contacto com os mais novos. Uns e outros estão-se a formar e ambos se compreendem na perfeição…
No dia em que escrevia esta crónica, o filho de um Amigo sofreu um AVC, ....com 12 anos e que não posso de deixar escrever e fazer menção, porque é isto que nos tolhe e nos embarga a voz! Força!

domingo, 22 de janeiro de 2017

Uma Tese de Doutoramento sobre o CARDO tem que ser escrita assim...


E se houvesse um Ritual no DÃO....

...para cuidar o corpo e a alma recuperando saberes ancestrais, o silêncio da paisagem, a corrente das sombras e o prazer dos sabores, mas adaptado a esta realidade muito exclusiva. Sim vem o vinho e a vinoterapia, as termas e as águas termais, as aldeias perdidas, os restaurantes de luxo, os produtos DOP mas tudo muito bem integrado e divulgado. Até pode ser que se encontre algo deste tipo no rio Dão, é uma questão de procurarem. Isto vem na sequência do texto publicado na gazeta rural, ...daqui em diante....mas à séria!

Isto não é novo já existe, mas não com a nossa riqueza!

https://eu.rituals.com/en-nl/collection-story-dao.html

Cogumelo do Cardo...será que os meus alunos estão a pensar o mesmo que eu...



...acerca de uma forma única de produzirmos cogumelo do cardo (Pleurotus eryngii). E na forma de prepará-lo e cozinhá-lo. Quem vai executar a ideia é o Eng. António Pinto e acho que ele também já adivinhou a forma.. é natural!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Problemas no Laboratório...não desesperes...

http://viewer.zmags.com/publication/d078b2f8#/d078b2f8/1


Os papillons e os papilhos...


Toda e qualquer descrição morfológica das plantas deve ser realizada com a máxima atenção para interpretação da morfologia, relacionar com a fisiologia e de que forma se enquadra na estratégia de sobrevivência de uma espécie, e muitas vezes na própria estratégia da sua disseminação. Alguns têm a capacidade de ao descreverem a morfologia, conseguirem desmontar a sua complexidade nos seus elementos estruturais mais simples e perspetivar aplicações nas mais diversas áreas da ciência. A morfologia diz-nos muito sobre os processos de evolução das próprias espécies e da harmonia do todo para a prossecução dos objetivos. Concretizando com exemplos, temos o papilho que serve de elemento “alado” das sementes, numa engenharia aeronáutica do mais apurado que existe. O desafio é compararmos a dimensão e estrutura do papilho das sementes da C. humilis comparativamente com o da C. cardunculus e relacionarmos com a dimensão das respetivas sementes, independentemente dos capítulos da C. humilis serem claramente de menor dimensão, as suas sementes são maiores e consequentemente os papilhos também. Os papilhos têm função e não são um adorno. Aliás tudo na natureza tem uma função.

Este pequeno texto é a minha resposta à questão que coloquei aos meus alunos. 
Uma nota, o postal de Feliz Ano de 2017 foi feito com base nos Papilhos das sementes de cardo e muitas das festas de reveillon requeriam indumentária com papillon, ...para adorno.

Será que o Cardo poderá ser usada como exemplo da "Maior Flor do Mundo"


http://www.tsf.pt/programa/sinais/emissao/a-maior-flor-do-mundo-5617307.html

Hoje estava exaurido de inspiração para escrever, talvez o meu prazo tenha expirado. Mas para respirar todos os dias e para inspirar-me, quase que me basta ouvir as crónicas do Fernando Alves. Hoje surpreendeu-me com "a maior flor do mundo" do José Saramago e a arte das capacidades que todos encerramos em nós e que alguns especiais encerram em si. Mostrou o exemplo de uma orquestra de sinfónica da comunidade de Madrid num projeto "mosaico de sonidos" que acolhe pessoas com disfunções intelectuais. Se algumas vez nos tivéssemos lembrado de algo semelhante, já o poderíamos ter feito no âmbito do cardo, "a maior flor do mundo" com o Quinteto seis cordas da APPACDM de Viseu. A mensagem é a de que todos somos incapacitados e todos somos capazes, mas estes têm capacidades múltiplas para usarem o som da forma mais pura e rara como apela Saramago na arte de sermos capazes e de que é possível fazermos diferente. Ouvimos, recentemente, no programa Extraordinários da RTP1, uma brilhante menina com ouvido absoluto. O meu colega Jorge Oliveira, cuja sua Rita, brilhante violinista, frequenta o Conservatório de Viseu, diz que há muitos alunos destes em Viseu,  incluindo ela, que ouvem um som natural e traduzem de imediato uma forma natural na rigorosa escala pautada. Então busquemos esses casos que representam 0,01% da população e criemos um projeto raro em que se componha música, ou melhor se decomponha a música na sua escala natural. Um tema sobre a olaia do conservatório, árvore do amor e da traição, no âmbito de um projeto inovador que se quer... Arboris e que vamos buscar autistas, portadores de síndromes, mesclados com os igualmente brilhantes alunos do conservatório de Viseu. Como são necessários mecenas, peçam apoio à Caixa de Crédito Agrícola, pode ser que entenda o projeto.
No final presenteamos os executantes do projeto com bombons de olaia, ou melhor com bombons de flores de olaia, criados pela Delícia. É a primeira vez que se faz no mundo. Então é melhor pensarmos bem primeiro, podemos não estar preparados para arriscar. Não dês ideias que outros o fazem primeiro. Isso é pensar pequenino, bombons com as flores da olaia do conservatório só podem ser feitos pela delicia para os alunos do conservatório e para a cidade de Viseu, em primeiro lugar. Agora vou-me calar e continuar a escrever, o que mais interessa!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Parece que ninguém quer vestir a primeira dama dos EUA...


o que parece estranho é que...muito provavelmente não falta quem a queira despir...de preconceitos!
Ou então quem em tempos a despiu, agora que faça o favor de a vestir.
The show must go on...

Porque razão os Papilhos....


...da Cynara humilis são bem maiores e resistentes que os da Cynara cardunculus, apesar dos seus capítulos serem muito mais pequenos...?
Esta questão é para os meus alunos resolverem!

O Riso é incurável...e contagioso...


...é a noticia que vos deixo no dia Mundial do Riso, referido pelo Fernando Alves, com base no dicionário do diabo de Ambrose Bierce. Haja alguma coisa que deva ser incurável e contagiosa!

Pessoas Promessa...

...Eu sou...
http://www.tsf.pt/programa/pensamento-cruzado/emissao/a-principal-tarefa-na-vida-de-um-homem-e-dar-a-luz-a-si-mesmo-tornar-se-o-que-e-potencialmente-erich-fromm-5610695.html

Há coisas do género...

http://kdfrases.com/frase/147387

...em que por ter dificuldade em decidir, gosto de me considerar heterogéneo, não ambíguo, mas ambivalente. Agora que já não há sexos nem sexualidade, quase que apenas há géneros e generalidades, embora eu preferisse que existissem genialidades.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

A última sexta, foi sexta-feira treze e a próxima....

... Será sexta-feira "Trump", ... venha o diabo e escolha!

Um bom pronúncio da Serra...para Slow Food...e Queijo Serra da Estrela...

...Faltam algumas feiras, não sei se propositadamente, o que era escusado...o resto é só uma questão de estética...."Se Maomé não vai à montanha vem a montanha a Maomé..."


À semelhança de DAVOS,...DONAS

...em 2018, irá realizar-se o I Fórum Humanitário Mundial de Donas...este blogue poderá ser o seu primeiro subscritor

Há pequenas diferenças...entre Anjos e "Anjinhos"






Nas prisões Brasileiras os reclusos montam motins, para sem motivo se matarem uns aos outros. Aqui, em Portugal, os reclusos que conheço no Estabelecimento Prisional do Campo, colhem flores para "oferecer".... aos produtores de Queijo Serra da Estrela....Ele há diferenças que nos arrepiam! Com certeza que não serão todos anjos, nem anjinhos,... mas também eu não sou...!

Porque não e... como não podar uma Tilia...

Por estas imagens se percebe a beleza "desnuda" da Tilia.  Foi uma limpeza!
Agora vamos seguir o crescimento epicórmico deste exemplar que apesar de novo era já majestoso. Os podadores ou melhor, os "lenhadores", para além da aquisição de conhecimento técnico-científico deviam ler Aquilino Ribeiro...para aprenderem alguma estética literária e outra...







O "Coelho" parece ter entrado com "Passos" à Esquerda....no Ano Novo de 2017...

... pelo menos em relação à TSU!.
Este não é um blogue de cariz político.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A natureza pensa em tudo...e coloca à mão de semear!

http://www.bbc.com/mundo/noticias-america-latina-38021460
http://www.tsf.pt/programa/sinais/emissao/rosas-amarelas-e-hipopotamos-de-todas-as-cores-5607811.html

Existe um site, o asknature.com, que representa um conceito extraordinariamente pertinente que é...se tens um problema para resolver primeiro pergunta à natureza como o faria. Atualmente queixamo-nos muito das alterações climáticas e de outros problemas do foro ambiental e ecológico, criados quase exclusivamente por obra e graça da espécie humana. É óbvio que habitam outras espécies no planeta, mas até o hipopótamo, com toda aquela corpulência parece que tem pezinhos de veludo. Por isso, não terá sido por acaso que este "cavalo do rio" foi escolhido para coqueluche do Continente e também não foi por acaso que hoje o Fernando Alves, o tenha referiu no seu "Sinais" a propósito dos hipopótamos de Mário Vargas Llosa que considerava animais dóceis, de pele macia que apenas ingerem libélulas (sendo herbívoros) e que adoram espojarem-se na lama e fazer amor.
Mas porque é que a natureza pensa em tudo? Cabeceando a bola para longe como fazia o meu amigo João Cavaleiro, nos seus tempos áureos, que ainda perduram, na arte de ensinar e saber estar, queria lançar uma reflexão. Em dois elementos muito queridos para nós, a natureza deu-nos a possibilidade de os poder transformar em expoentes, como sejam o caso do vinho e do queijo, muito em especial o vinho do Dão e o Queijo Serra da Estrela. Como? colocando as leveduras nas próprias uvas para através da fermentação dar origem ao néctar dos Deuses e as plantas de cardo nos pastos por onde deambulam os ruminantes para realizar o processo de coagulação através da ação de proteólise. Para alguns até colocou o coalho no bucho dos ruminantes, é à vontade do freguês!
Para além de pensar em tudo, a natureza, põe tudo à mão de semear....só temos que ser inteligentes, aproveitar e não estragar!

O que escrevo e penso…Vale o que Vale!




A teoria do "Valley of Death" , que o Ricardo Pereira do Comon tão bem descreveu, estabelece que o momento crítico para o sucesso de um novo produto, reside na componente da comercialização que passou pela fase de investigação, desenvolvimento e transferência de tecnologia e promoção e lançamento do produto, a partir do qual estão lançadas as bases para o seu sucesso.
Curiosamente, por coincidência foi lançado este mesmo ano, na altura maior para o QSE, uma nova marca com a designação “Vale da Estrela”. Não acompanhei nem intervi neste percurso, contudo o que me parece é que terá “saltado” algumas destas etapas descritas, caindo quase diretamente no tal período crítico. 
É certo que a estratégia seguida por esta estrutura e pelos seus responsáveis, apenas pode ser seguida por muito poucos, pois muito poucos têm a influência social e política dos seus responsáveis, não apenas a nível regional, mas nacional e até internacional. 
É meu desejo ardente que, para bem de todo este setor e dos seus promotores, o “balanço do salto” tenha sido tão grande que consigam saltar também o tão malfadado “Vale da Morte” que é causa de extermínio para muitas empresas, mas acredito bem que esta tenha a sua parte comercial tão “afinada” que lhe auguro um bom e promissor futuro, desde que não descure alguns aspetos mais básicos, que mesmo elementares não podem ser esquecidos...

A Escola dos alunos do Prof. João Cavaleiro... em Fornelo do Monte...o início de uma história...


O que têm em comum, o Rodrigo, a Rafaela, a Margarida, a Beatriz , o João, a Joana e os gémeos, Daniel e Rafael? Pois é, são todos amigos e frequentam a mesma escola. Como são poucos, também estão na mesma sala. A escola é bonita, toda de pedra, e fica numa terra pequenina, que já esteve rodeada de pinheiros verdes, até ao dia em que houve um grande incêndio e a paisagem mudou: já não há tanto verde....a paisagem está mais triste e deserta. O Rodrigo e a Rafaela estão no 1º ano. Não sabiam ler, nem escrever quando foram para a escola, mas agora já aprenderam. E que bom é, poder ler a história de um livro! No 2º ano, a Beatriz e a Margarida já sabem o que significa a palavra estudar. No 3º ano só há um menino. Já imaginaram uma sala onde houvesse só um aluno? Devia ser triste não ter com quem brincar nos intervalos! Mas o João tem a companhia de todos e, até, de um outro João, que frequenta o 4º ano, juntamente, com a Joana e os gémeos. Apesar de serem gémeos, o Rafael e o Daniel não são muito parecidos de cara, embora sejam ambos altos, fortes e muito companheiros. O 4º ano já tem exames a português e matemática. Como são em maio os alunos começam a ficar nervosos. É claro que estudar e trabalhar o ano inteiro é importante, para ter uma boa nota, mas o exame também é uma responsabilidade para todos. E quem ensina os alunos nesta escola? Vou-vos contar um segredo....o Professor destes meninos já foi jogador de futebol e treinador. Os rapazes, quando descobrem, ficam todos entusiasmados...sim, porque futebol é jogo de rapazes. Nas outras escolas, onde já deu aulas, os alunos estavam sempre a pedir-lhe para ele contar histórias desse tempo. E ele contava, o que fazia a delícia de todos. Às vezes até lhe pediam para jogar um bocadinho com eles no recreio....ou para dar uns “toques” na bola... Nesta escola, o Professor tem todos estes meninos na mesma sala e em anos diferentes! Anda sempre numa azáfama para responder às perguntas do João, para ensinar o alfabeto ao Rodrigo e à Rafaela, tirar dúvidas de Estudo do Meio ao João Ricardo e para fazer exercícios de Matemática com os meninos do quarto ano. Quando este ano letivo chegar ao fim...novos meninos irão conhecer a escola, brincar e rir no recreio....e torcer o nariz quando o almoço é peixe! E agora digam lá: - Gostaram da surpresa, de serem as personagens da história deste texto?


Prof. João Cavaleiro