domingo, 8 de outubro de 2017

40 Anos do Banco Português de Germosplasma Vegetal...Muitos Parabéns


...Foi com um enorme prazer que recebi o convite da Eng. Ana Maria Barata para poder participar nas comemorações dos 40 anos desta instituição de referência, o Banco Português de Germosplasma Vegetal. O programa foi desenhado de forma quase irrepreensível com convidados de nomeada nas mais diversas áreas. Este é um dos poucos "bancos" em quem podemos confiar e de uma forma inteligente o Crédito Agrícola associou-se e patrocinou este evento. Recolhi uma série de ensinamentos e expressões que mostraram a riqueza deste dia.
O Luis Alves, que não tenho o prazer de conhecer pessoalmente, disse-nos que "Lares são de Dia" e "Ouriços-Caixeiros à noite" e todos estes desempenham um papel fundamental no equilíbrio do ecossistema, sociedade e bem-estar psicossocial por via de um "Cantinho das Aromáticas". A questão das"cobras rateiras" já é um pormenor do outro mundo. Apelidou-se como um Jardineiro paisagista, um pouco talvez ao bom estilo de Gilles Clement, uma referência que tenho há muitos anos.
A Prof. Dulce Freire por via do ReSeed acredito que vá fazer um trabalho notável na construção de um puzzle extraordinariamente complexo que pode explicar muito do nosso passado, mas acima de tudo apontar metas e diretrizes para o nosso futuro agrícola, alimentar e social. Uma curiosidade me ficou, por tamanho grau de semelhança fonética entre a palavra "Milho" e "Minho". Como referiu já Duarte Nunes de Leão em 1641 dizia muito sobre a agricultura do Reino de Portugal. A época dos descobrimentos e o papel que tivemos na disseminação de recursos genéticos pelo mundo é também um dos grandes baluartes pela qual somos hoje reconhecidos no mundo pelos recursos, mas também pela gastronomia. Sejamos inteligentes a usar todo este "know-how" sob ponto de vista científico, mas não só, igualmente em termos de imagem, conteúdo e Marketing.
João Miranda da Frulact é meu conterrâneo de Barcelos, que é uma terra de pessoas que se consideram, mostrou de forma sublime um gráfico que mostra que a capacidade de crescimento das empresas é limitada em cada território e que a estratégia de expansão passa por conquistar novos territórios. Falou do futuro atual de trabalhar com insetos, eu que trabalho há muito nesse objetivo por via da "Locust bean", a alfarrobeira,  que é uma espécie vegetal que explica a relação entre esses dois mundos o vegetal e o dos insetos. É só ir à Bíblia perceber as razões. Aliás esse foi o começo notável da preleção da maior responsável do dia 6 de outubro, a Eng. Ana Maria Barata! "As espécies têm um valor em si mesmo" refere o Papa Francisco na encíclica sobre a casa comum! Valorizar o trabalho de Vavilov que passou por Portugal em 1926-27 é uma homenagem obrigatória. Este "vulto" tal como Mendel, estava muito à frente do seu tempo e a Botânica tem-nos dado muitos exemplos de homens e mulheres assim, tal como Barbara McClintock.
No meio de tantos ilustres destaco a conferência da Prof. Isabel Ferreira, com um sentido de aplicação do extenso conhecimento técnico-científico adquirido, em Bragança um território de interior, numa instituição de referência como o Instituto Politécnico de Bragança e com o qual muitos dos IPs deviam apender e cooperar. É um trabalho de muitos anos, de grande persistência, que não se senta à "sombra dos louros" e que todos os dias junta conhecimento, saber e....saber estar. Muitos Parabéns!
Tive o prazer de encontrar amigos como o Joaquim Morgado da Ervital que todos reconhecemos como um dos mais capazes dos nossos territórios nesta área em particular. O João Gomes das Sementes de Portugal, que mostrou que é possível fazer negócio com as sementes, fazendo aquilo que mais se gosta e sem desvirtuarmos princípios e valores.
Houve apenas uma coisa que gostava de ter visto. Alguém a falar sobre a estética, o design e a Arte das sementes e sobre a valorização da gastronomia à volta das sementes. Esse é  desafio para o futuro para que saibamos mostra ainda melhor o valor intrínseco e genuíno das sementes. "Quiseram-nos enterrar, esquecerem-se que eramos sementes". Esta máxima já há muito que ultrapassamos, agora temos que mostrar como foi dito que "as sementes são de valor capital", não apenas na capital, mas aqui e além fronteiras, em especial as nossas sementes. As sementes são matérias do Mundo, das quais somos todos interdependentes e esse é a maior grande mais valia que irão guindar todo este trabalho de recolha, preservação, catalogação e valorização ao sucesso.
Como o dia era de festa não podia de deixar de levar duas prendas. Uma coleção de amêndoas da Páscoa, fora de época, mas dentro do contexto, à Eng. Ana Maria Barata que julgo entenderá na íntegra a mensagem. Amêndoas com recheios de espécies agrícolas de hortícolas e texturas fantásticas que traduzem a estética das sementes. E uma caixa de bombons da Delícia à Prof. Doutora Isabel Ferreira, que acredito estará a pensar na forma como os seus pigmentos naturais podem ajudar a valorizar este produto de excelência. Os bombons de cardo chegarão em mão a Bragança! Ah, é verdade, também produzem gomas de qualidade irrepreensível, produzidas a partir de galactomananas de alfarroba e pigmentos do que se quiser.
Tal como o João Miranda da Frulact disse "Future Taste Better", eu diria por defeito meu que "Bitter will be better" pensando em ácidos fenólicos e flavonóides. Um enorme Bem-haja pelo convite e pela oportunidade de aprender...o Futuro!

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