quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Parecíamos o "Zezinho" e o "Paulinho" no ZOO ...

...Ontem, tivemos uma visita fantástica ao Jardim Zoológico de Lisboa, guiada pelo Arq Leonel Carvalho, que remeteu-nos para as memórias da nossas infâncias e das dos nossos filho(a)s e que muito nos sensibilizou, entusiasmou e motivou a pensar muito bem naquela realidade no que à flora e botânica concerne. As ideias que possamos vir a desenvolver têm que ser realizadas em plena articulação com todo o potencial e a biodiversidade animal e com os recursos humanos do Jardim Zoológico de Lisboa. Todos estes no conjunto constituem a identidade e representam a capacidade organizacional, pedagógica, técnica e científica desta instituição icónica. Falamos da Administração, do Centro Pedagógico, do Marketing e Promoção da equipa de Jardineiros, enfim de todos os colaboradores que sentem e promovem o genius loci do Jardim Zoológico. Como foi lembrado, esta instituição fundada em 1884 é em primeiro lugar um Jardim, que será sempre entendido como um elemento acessório, mas que poderá e deverá ter um papel complementar que pode fazer a diferença. Tudo começou pela eventualidade de podermos vir a avaliar o património arbóreo e fitossanitário por uma preocupação manifestada pelo responsável desde há longa data e que pretende ver agora concretizada. O património arbóreo desempenha funções várias neste enquadramento: Criação de habitats e ecossistemas que promovam o bem-estar físico (e psicológico, em muitos casos) dos mais diversos animais a par do enquadramento paisagístico e estético equilibrado e adequado a cada ecossistema e que procure representar os mais diversos biomas do planeta Terra. Por outro lado, desempenham uma função de amenizar o espaço igualmente para usufruto dos visitantes e colaboradores, criando condições que promovam o prazer na visita ao longo dos percursos realizados no parque, pela sombra proporcionada, mas também pelos aromas inebriantes e pela estética das formas, texturas e cores das mais distintas estruturas que constituem todo este património de árvores, arbustos e flores. Uma terceiro valor capital deste património arbóreo reside no papel que desempenham nalguns casos para a própria alimentação de muitas espécies de herbívoros existentes no parque. Esta última função é uma das mais aliciantes, que necessita uma interligação muito estreita com as necessidades e os requisitos ditados pela nutricionista responsável por todo este “portefólio” da diversidade animal. Encontrar formas alternativas de proporcionar fonte alimentar em parceria com outras instituições será um dos desígnios que pode e deve ser alcançado e que procuraremos estimular. O centro pedagógico é um dos locais de referência desta instituição e onde se pode recolher muitas ideias de futuro, porque é da imaginação das crianças que saem as mais brilhantes sugestões e teremos que estar muito atentos aos ecos dos ensinamentos que lá se cultivam e difundem. Este centro já colabora com muitas instituições de referência pedagógica e científica, nacionais e internacionais e muito provavelmente iremos aprender muito e ver se poderá haver espaço para ajudarmos num ou outro aspeto relacionado com a botânica do espaço e dos ecossistemas onde pontificam as estrelas principais, toda a biodiversidade animal. Curioso, é o facto de à entrada deste local existir uma alfarrobeira, uma espécie pela qual tenho uma enorme admiração e à qual votei uma parte significativa do meu trabalho científico. Por acaso é um exemplar masculino e por isso não frutifica, mas acredito que os seus frutos fariam as delícias a muitos dos animais ali existentes. A propósito às crianças fariam igualmente as delicias mas disso daremos nota muito em breve. A arquitetura dos espaços tem sido recriada de forma brilhante um pouco ao jeito “Hollywoodesco” não pela opulência supérflua mas pela cinematografia dos cenários. Depois reparei na sensibilidade das pessoas que por lá trabalham em satisfazer o melhor que sabem e podem quem os visita, e não estou a falar em relação a nós, mas em relação ao anónimo visitante que deve ser respeitado ao máximo para que sinta e desfrute do espaço para voltar e voltar. Em relação ao inventário a realizar sobre o património arbóreo existente a próxima visita será aérea, não por drone, mas diretamente pelo “carrocel aéreo” que é uma enorme mais-valia para podermos de perto observar algumas situações menos seguras ou que envolvam algum tipo de risco em relação à eventual queda de algum ramo. Poder ter a perspetiva de ver as árvores de cima para baixo poderá ser uma enorme vantagem para monitorizarmos de perto um vasto leque de situações e que confere um grande conforto a quem venha realizar este estudo. As formas como poderemos ir colher mais receitas para ajudar a gestão do espaço pode passar por mil e uma ideias. Quando soube que a campainha dos elefantes já não toca, ficou uma certa nostalgia, embora se perceba para promover o bem-estar animal. Mas se calhar poder-se-ia fazer ao contrário, colocando as pessoas a baterem o sino e esperar pela reação dos elefantes, numa completa inversão de lógica que imperou por muitos anos. Esta ideia é simbólica, mas o objetivo é revelar outras formas de entender as relações com os animais onde nem sempre somos dominantes. Mas esta não é a minha área e não quero “meter a foice em seara alheia”. 
Não queria adiantar muito mais sobre esta primeira visita, mas ficou cá o “bichinho” para olhar para este desafio e podermos vir a encontrar as melhores opções para algumas das ideias que gostávamos de ver implementadas. Primeiro salvaguardar a segurança das pessoas e bens, criar uma plataforma SIG que nos dê informação precisa sobre a identificação das árvores, as suas características dendrométricas, as situações com alguns riscos, a necessidade de monitorizar periodicamente alguns exemplares, a quantidade de biomassa que podem proporcionar nas podas, isto tudo de uma forma dinâmica a atualizável. Depois podermos a vir instalar novas espécies de árvores e arbustos que valorizem o espaço nas suas mais variadas vertentes e a possibilidade de poder vir a ser desenvolvido algum “merchandaising” associado a este património. Dizer que o desafio seria enorme assim como a responsabilidade. Da nossa parte tudo faremos para que este projeto possa vir a ser possível realizar com a nossa participação mais direta ou mais indireta. Curiosamente, mesmo ao lado do ZOO está o Ministério do Ensino Superior, não sei se será um sinal ou apenas mais uma "macacada".
Agradecer mais uma vez a forma amiga como fomos recebidos, esperamos não ter defraudado as expectativas e prometemos fazer chegar algumas das Delicias produzidas com as nossas árvores. Um enorme Bem-haja!













https://www.zoo.pt/site/ozoo.php?contentid=27&subid=32

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